segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Almas Amigas

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Neale Donald Walsch tem um livro para crianças intitulado "A Pequena Alma e o Sol" cuja história é uma das mais bonitas que jamais li:
Fala de uma Pequena Alma que, após ter descoberto que era Luz, queria saber o que isso realmente significava e, como no seu mundo nada mais havia, pois tudo era luz, teria de reencarnar escolhendo uma das suas inúmeras qualidades - quis o Perdão - e conhecer o seu oposto a fim de reconhecer o seu verdadeiro valor. Mas precisaria de ter a quem perdoar...
Então uma Alma Amiga oferece-se para a ajudar entrando na sua próxima vida física como alguém que lhe iria fazer mal para assim a Pequena Alma a poder perdoar.
A única questão era que a Pequena Alma teria de a reconhecer pois a Alma Amiga iria fingir tanto e tão bem que se esqueceria de quem realmente era e, se a Pequena Alma não se lembrasse, ambas ficariam perdidas.
E assim, na sua nova vida, sempre que alguém a magoava, a Pequena Alma lembrava-se da sua Alma Amiga.


Esta história é, para mim, muito mais que uma linda história. Ela traduz, de uma forma muito simples, algo em que acredito:
Todos nós somos almas que buscam a perfeição e, reencarnação após reencarnação, limamos aresta atrás de aresta como um diamante que após totalmente polido brilha intensamente.
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A morte de uma criança, ou mesmo o aparecimento de doenças graves como o cancro entre outras, sempre foi algo que me fez muita confusão. A explicação que diz que “Deus a chamou para seu lado” - tentar imaginar aquele “Senhor” rodeado de crianças - nunca me fez muito sentido, por outro lado é impossível dizer que fez algo para “merecer”. E então o que fica?
Para mim, existe um certo conforto em acreditar que se tratam de Almas Amigas que entram na nossa vida para nos ensinar algo, seja a “perda”, o “amor incondicional” ou qualquer outra lição, são almas que nos deram o privilégio de entrar a nossa vida, nem que apenas por um curto período de tempo, para as podermos amar para além de tudo o mais.

Tarefa que, como mãe, espero nunca ter de enfrentar, é o aprender a deixá-las ir, aceitar que já não estão ao nosso lado e não vamos vê-las crescer, guardar no nosso coração para todo o sempre a sua recordação apenas com carinho a amor e seguir em frente.
Porque esta é a nossa missão, seguir em frente e, quem sabe, partilhar com outros que estejam a passar por situação semelhante a forma que nos ajudou a ultrapassar a nossa.
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sábado, 6 de dezembro de 2008

Por detrás da porta

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..............................................Imagem retirada da Internet


Decidir divulgar o endereço deste blog pelos meus colegas de trabalho foi tarefa difícil e razão de demorada luta interior. Por um lado ainda trata-se de um número considerável de pessoas, alguns deles já familiarizados com o meu trabalho e clientes, outros nem tanto, e não existe melhor e mais rápida forma de o dar a conhecer a todos. Por outro... É claro que se o que aqui escrevo não fosse para ser lido por outros este seria o local mais errado possível para o fazer, mas uma coisa é serem amigos e pessoas que não conheço pessoalmente a lê-lo, outra são pessoas que me conhecem apenas superficialmente. Embora nunca tenha alterado a minha forma de ser para agradar a outros, a verdade é que sempre fui altamente sensível à opinião alheia, ansiosa por um elogio ou uma simples palavra agradável. E o que vão pensar de mim ao ler o que aqui escrevo?
A conclusão óbvia foi acabar por enviar um e-mail com o link para dezenas de pessoas e ficar à espera de um único comentário que não chegou. E agora?
Um dia houve em que me sentia "em baixo", uma leve depressão que me irritava porque não fazia sentido e decidi fazer O Trabalho. Não precisei de o completar porque quando cheguei à parte "Como me sentiria se não fosse capaz de ter esse pensamento" a sensação foi de tamanha leveza que automaticamente substituiu a anterior e senti-me particularmente feliz por ter conseguido libertar-me da necessidade daquela "palmadinha nas costas".

Não deixo de considerar curioso como consigo ter tamanhos opostos dentro de mim. Sou insegura em determinas das situações e confiante noutras. Sinto falta de reconhecimento mas não mudo uma vírgula apenas para o receber. Quero ser aceite por outros mas sinto-me bem sozinha. Quero que me procurem , mas não corro atrás.
Durante muito tempo pensei que apenas eu era assim até um dia, há muitos anos, alguém que aparentava ser altamente confiante e até um pouco arrogante, numa conversa acidental me confiou que por dentro se sentia insegura e que acreditava sermos todos assim.
Desde esse dia que comecei a ver as pessoas de outra maneira, mas continuo a acreditar que terei, pelo menos alguns, opostos mais extremos que a maioria delas...


Como acredito que tudo o que nos acontece tem uma lição a aprender, hoje estou convencida que acabei de atravessar um teste onde foi posta à prova a capacidade de ultrapassar a minha necessidade de aprovação.
Concluído com sucesso!


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