quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Medo

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..................Imagem retirada de Flickr.com

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Se perguntar por aí se o "Medo" é saudável, estou certa que a maioria das pessoas me responderá que sim, muitas poderão dizer “sim, até certa medida”, mas ninguém, ou muitíssimo poucos responderiam não.
Pois cada vez mais me convenço que o medo pouco ou nada tem de saudável, que ajuda muito menos que atrapalha.
Quantas vezes deixamos de fazer o que gostaríamos ou até de seguir determinado rumo de vida com medo do futuro e de nos vermos perante dificuldades que, no momento presente, apenas existem na nossa cabeça...
O certo é que, independentemente do que escolhermos fazer, iremos SEMPRE, mais tarde ou mais cedo, deparar com dificuldades e, a meu ver, ainda bem pois são elas que mais nos ajudam a crescer. Então se assim é, talvez seja mais correcto, e saudável, seguir o que o nosso coração nos diz pois, sem qualquer dúvida, o que vem do coração traz-nos mais felicidade e prazer.
Mas mesmo nas mais pequenas coisas do dia-a-dia o medo pode atrapalhar - não corremos riscos com medo do preço a pagar, protegemos os nossos filhos com medo do que lhes possa acontecer...
Isso é bom?
Quero com isso dizer que os devemos deixar fazer o que quiserem sem conta nem medida?
Certamente que não tanto, mas existe medo e existe respeito!
Obviamente que é necessário ter em conta que tudo o que fazemos tem consequências e algumas bem pesadas e isso é algo que não podemos esquecer, mas uma coisa é a ponderação e o respeito pela vida, outra, muito diferente, é o MEDO.
Através da ponderação, principalmente quando damos mais ouvidos ao coração que à mente, poderemos viver a vida de forma plena que nos faz sentir preenchidos e mais vivos.

Também há quem diga que vive muito bem sem correr riscos mas será que, lá bem no fundo, não esconde um certo vazio?
Não empurrará para o canto mais longínquo da sua mente a vontade de fazer algo por simples prazer sem pensar em NADA?
Se me proibir ou ao meu filho de me/se aventurar em determinada diversão mais arriscada, posso, sem dúvida, estar a preservar a minha/sua integridade física, ou até mesmo a vida mas provavelmente também me/o estarei a privar de sensações únicas e insubstituíveis. E qualquer um de nós se poderá magoar ao tropeçar e cair de umas escadas e não é por isso que vamos deixar de as subir ou descer!

Depois também existe a DÚVIDA, prima direita do MEDO, que, de forma mais subtil que este, tantas vezes nos leva a evitar determinados percursos simplesmente porque talvez não seja o melhor...
Esta, para mim, tem sido bem mais paralizadora que o MEDO em si - se por um lado me considero uma pessoa aventureira, por outro são inúmeras as coisas que já deixei de fazer, ou apenas de terminar porque duvido das minhas próprias capacidades...
Vozinha irritante esta que sempre põe em causa qualquer coisa mais "arriscada", mais fora do habitual, que me proponha fazer, como quem eleva a fasquia mas depois não acredita ser capaz de a atingir. Como a faço entender que ninguém nasce ensinado e que é através do erro que se chega à perfeição. A mente sabe mas...

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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A preto e Branco

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......................Imagem retirada de Flickr.com

Quando conhecemos alguém pela primeira vez de imediato formamos uma opinião. Algumas pessoas orgulham-se de raramente errar, pessoalmente chego, de vez em quando, à conclusão que me enganei e por vezes redondamente.
Agora pergunto:
Será que estamos mesmo certos quer se confirmem ou não as primeiras impressões?
Até que ponto conhecemos MESMO alguém por mais convívio que tenhamos com ela?
Tenho a certeza que a maioria das pessoas que conheço, e algumas delas há muitos anos, se lessem este blog, se surpreenderiam com o lado que aqui mostro.
Como é possível sabermos o que leva alguém a tomar determinada atitude que nos ofende e/ou magoa? O que se passará na vida dessa pessoa ou como se sentirá ela nesse preciso momento? Quem somos nós para julgar ou condenar?
Só nós mesmos sabemos o que nos passa pela cabeça no preciso momento em que respondemos "torto" a alguém ou até quando tomamos uma decisão que por vezes até nós mesmos surpreende.
Mas uma coisa é justificarmos a nós mesmos as nossas próprias acções, e o Ego sempre encontra um motivo por muito pouco plausível que até possa ser, outra é vermos noutro alguém semelhante a nós com os seus motivos que desconhecemos numa pessoa que nos "agride".
Quando o nosso Ego se sente ofendido é tão rápido a saltar em sua própria defesa que julga e condena sem parar tempo suficiente para ponderar se tem direito a tal ou não.
Quer isto dizer que temos o direito de ofender quem quisermos e o dever de "dar a outra face" a quem nos agride?
Talvez se todos aprendermos a ver o mundo e as pessoas que nos cercam de forma mais colorida, possamos agir e reagir de forma mais ponderada e pacífica sem pisar ninguém pelo caminho vendo nos outros seres humanos iguais a nós.
Afinal não vivemos num mundo a Preto-e-Branco.

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