domingo, 23 de agosto de 2009

Percursos

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.................................................Imagem retirada da Internet
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Se há coisa que acredito já há algum tempo é que quando chegamos a esta vida já trazemos um objectivo pré-definido. Qual o percurso que seguimos e até mesmo se o cumprimos, isso já é uma opção nossa. Por vezes deixamo-nos cegar pelos obstáculos que a vida nos coloca, a mente cria medos como "defesa", e perdemos a ligação com o nosso eu interior, aquele que sabe, para além do racional, o que é o melhor para nós.
Curiosamente, ou talvez não, a verdade é que desde que tive de reconstruir a minha vida que passei a ser mais optimista e a procurar respostas dentro de mim mais que no exterior. Tem sido um percurso longo, cheio de altos e baixos, mas quanto mais o percorro mais razões tenho para acreditar que estou no caminho certo. As coincidências acontecem e os tropeções também, mas desde que comecei a olhar para estes como contendo uma mensagem para mim, algo a aprender, tornaram-se bem mais leves.
Hoje, numa fase algo conturbada, particularmente em questões financeiras, tenho períodos em que me deixo controlar pelos receios da mente, pela insatisfação do presente e inseguranças do futuro, contudo, quando relaxo e "desligo", sinto algo dentro de mim que me traz uma tremenda tranquilidade, que me diz que tudo vai correr bem, que estou no caminho certo. E a verdade é que pela primeira vez em toda a minha vida sei o que quero fazer, tenho um plano a seguir, passos concretos a dar. Tenho um objectivo, uma meta.
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Há cerca de um ano atrás descobri Byron Katie e, considerando todo o meu percurso de auto-descoberta, ela fez-me fazer uma espécie de triagem sobre tudo o que tinha lido e aprendido e perceber o que fazia ou não sentido tendo-se tornado num ponto de viragem no meu caminho. Depois vieram Eckheart Tolle e Gina Lake que, tendo em comum com Byron Katie - o momento presente e a sua realidade imutável - me levaram um pouco mais longe. Christianne Águas também foi, e ainda é, importante na forma como estruturo os meus pensamentos, a minha forma de pensar.
Mas nenhum deles me ensinou a lidar com as minhas emoções negativas. Quando me sentia mal, fazer O Trabalho por escrito resultava mas apenas para as coisas mais leves como pequenos atritos no trabalho ou com amigos entre outros. Para os medos de longa data, os mais intrínsecos ou situações verdadeiramente complicadas ou dolorosas a mente prevalece e muitas vezes acabava por conseguir ultrapassar remetendo-os para um canto escondido algures dentro de mim sem que os resolvesse verdadeiramente.
Foi então que descobri "Focusing":
Focusing é uma técnica desenvolvida pelo Professor Gene Gendlin que, nos anos 60, começou uma investigação sobre a questão "Porque é que a psicoterapia ajuda algumas pessoas e não outras?". Após gravarem centenas de sessões completas com diversos terapeutas e clientes, e tendo comparado e analisado exaustivamente as mesmas, ele e os seus colegas chegaram à conclusão que a diferença não estava nos profissionais nem nas técnicas por eles utilizadas mas sim nos clientes.
Os pacientes que obtinham sucesso tinham uma consciência física vaga e difícil de descrever que sentiam directamente durante as sessões enquanto os outros mantinham uma postura inteiramente racional.
Focusing é um processo de auto-consciência e cura emocional orientado para o corpo. É tão simples quanto apercebermo-nos de como nos sentimos e então ter uma conversa com as nossas sensações em que, basicamente, fazemos o papel de ouvintes. É estabelecermos uma relação de amizade com o nosso corpo, onde prevalecem a abertura total e ausência de críticas, de forma a podermos ouvir e entender a mensagem que ele tem para nos transmitir quando se manifesta através de emoções e sensações físicas.
Em Portugal ainda não existe nada sobre este tema na nossa língua e a minha actual ambição começa por traduzir um dos livros, encontrar uma editora interessada em publicá-lo (o mais difícil) e tirar os cursos necessários de modo a poder tornar-me professora deste método e ajudar a trazê-lo para cá pois estou absolutamente convencida do seu enorme potencial para ajudar a mudar a vida a inúmeras pessoas.
Um sonho ambicioso, talvez, mas se este for de facto o meu caminho então estou certa que as coincidências acontecerão e as portas acabarão por se abrir.
Agora e sempre - um dia de cada vez.
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