segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Almas Amigas

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Neale Donald Walsch tem um livro para crianças intitulado "A Pequena Alma e o Sol" cuja história é uma das mais bonitas que jamais li:
Fala de uma Pequena Alma que, após ter descoberto que era Luz, queria saber o que isso realmente significava e, como no seu mundo nada mais havia, pois tudo era luz, teria de reencarnar escolhendo uma das suas inúmeras qualidades - quis o Perdão - e conhecer o seu oposto a fim de reconhecer o seu verdadeiro valor. Mas precisaria de ter a quem perdoar...
Então uma Alma Amiga oferece-se para a ajudar entrando na sua próxima vida física como alguém que lhe iria fazer mal para assim a Pequena Alma a poder perdoar.
A única questão era que a Pequena Alma teria de a reconhecer pois a Alma Amiga iria fingir tanto e tão bem que se esqueceria de quem realmente era e, se a Pequena Alma não se lembrasse, ambas ficariam perdidas.
E assim, na sua nova vida, sempre que alguém a magoava, a Pequena Alma lembrava-se da sua Alma Amiga.


Esta história é, para mim, muito mais que uma linda história. Ela traduz, de uma forma muito simples, algo em que acredito:
Todos nós somos almas que buscam a perfeição e, reencarnação após reencarnação, limamos aresta atrás de aresta como um diamante que após totalmente polido brilha intensamente.
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A morte de uma criança, ou mesmo o aparecimento de doenças graves como o cancro entre outras, sempre foi algo que me fez muita confusão. A explicação que diz que “Deus a chamou para seu lado” - tentar imaginar aquele “Senhor” rodeado de crianças - nunca me fez muito sentido, por outro lado é impossível dizer que fez algo para “merecer”. E então o que fica?
Para mim, existe um certo conforto em acreditar que se tratam de Almas Amigas que entram na nossa vida para nos ensinar algo, seja a “perda”, o “amor incondicional” ou qualquer outra lição, são almas que nos deram o privilégio de entrar a nossa vida, nem que apenas por um curto período de tempo, para as podermos amar para além de tudo o mais.

Tarefa que, como mãe, espero nunca ter de enfrentar, é o aprender a deixá-las ir, aceitar que já não estão ao nosso lado e não vamos vê-las crescer, guardar no nosso coração para todo o sempre a sua recordação apenas com carinho a amor e seguir em frente.
Porque esta é a nossa missão, seguir em frente e, quem sabe, partilhar com outros que estejam a passar por situação semelhante a forma que nos ajudou a ultrapassar a nossa.
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sábado, 6 de dezembro de 2008

Por detrás da porta

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..............................................Imagem retirada da Internet


Decidir divulgar o endereço deste blog pelos meus colegas de trabalho foi tarefa difícil e razão de demorada luta interior. Por um lado ainda trata-se de um número considerável de pessoas, alguns deles já familiarizados com o meu trabalho e clientes, outros nem tanto, e não existe melhor e mais rápida forma de o dar a conhecer a todos. Por outro... É claro que se o que aqui escrevo não fosse para ser lido por outros este seria o local mais errado possível para o fazer, mas uma coisa é serem amigos e pessoas que não conheço pessoalmente a lê-lo, outra são pessoas que me conhecem apenas superficialmente. Embora nunca tenha alterado a minha forma de ser para agradar a outros, a verdade é que sempre fui altamente sensível à opinião alheia, ansiosa por um elogio ou uma simples palavra agradável. E o que vão pensar de mim ao ler o que aqui escrevo?
A conclusão óbvia foi acabar por enviar um e-mail com o link para dezenas de pessoas e ficar à espera de um único comentário que não chegou. E agora?
Um dia houve em que me sentia "em baixo", uma leve depressão que me irritava porque não fazia sentido e decidi fazer O Trabalho. Não precisei de o completar porque quando cheguei à parte "Como me sentiria se não fosse capaz de ter esse pensamento" a sensação foi de tamanha leveza que automaticamente substituiu a anterior e senti-me particularmente feliz por ter conseguido libertar-me da necessidade daquela "palmadinha nas costas".

Não deixo de considerar curioso como consigo ter tamanhos opostos dentro de mim. Sou insegura em determinas das situações e confiante noutras. Sinto falta de reconhecimento mas não mudo uma vírgula apenas para o receber. Quero ser aceite por outros mas sinto-me bem sozinha. Quero que me procurem , mas não corro atrás.
Durante muito tempo pensei que apenas eu era assim até um dia, há muitos anos, alguém que aparentava ser altamente confiante e até um pouco arrogante, numa conversa acidental me confiou que por dentro se sentia insegura e que acreditava sermos todos assim.
Desde esse dia que comecei a ver as pessoas de outra maneira, mas continuo a acreditar que terei, pelo menos alguns, opostos mais extremos que a maioria delas...


Como acredito que tudo o que nos acontece tem uma lição a aprender, hoje estou convencida que acabei de atravessar um teste onde foi posta à prova a capacidade de ultrapassar a minha necessidade de aprovação.
Concluído com sucesso!


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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Artes decorativas 2

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Aqui ficam as fotos de mais alguns trabalhos.

Madeiras:









Moldura 9X9 com aplicação Boneca em Madeira - 9,00€







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Técnica Guardanapo em Tela:










Quadro com Boneca Lilás com aplicação de Líquido Brilhante nalguns pontos (Balão, vestido, sapatos) - 15,00€

















Quadro com Boneca Verde com aplicação de Líquido Brilhante nalguns pontos (Balão, fita cabelo e vestido, sapatos) - 15,00€

















Quadro Comboio 3D - 15,00€


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Aplicações em Madeira:










Quadro Branca de Neve - 12,00€



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Trabalhos com Feltro:













Moldura de Parede 10X15 em Feltro Rosa com Aplicações também em Feltro - 7,00€








Moldura de Parede 10X15 em Feltro Rosa com Aplicações também em Feltro - 7,00€
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O contacto mantém-se Amararealidade@gmail.com
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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Artes decorativas

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Este blog foi criado para ser uma espécie de bloco de apontamentos online onde escrevo coisas que considero de maior importância/significado para mim. Se alguém se identificar com o que escrevo, ainda bem! Se não... não tem importância!
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Entretanto lembrei-me dos trabalhos de artes decorativas que faço (ou fazia quando tinha tempo) para crianças, mas não só, e que ainda tenho em casa e pensei, já que o Natal se aproxima a alta velocidade, em aproveitar este meio para os divulgar e, quem sabe, encontrar alguém interessado neles, por isso aqui ficam:









Quadro Princesa com aplicações em 3D - 12,00€












Quadro com aplicações Winnie em 3D
Moldura Encarnada - 15,00€













Quadro com aplicações Winnie em 3D
Moldura azul - 15,00€















Moldura 10X15 - 10,00€












Moldura de parede - Tela com moldura em cartão canelado- 12,00€















Mala em trapilho azul ganga - 18,00€






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Mala em trapilho azul ganga 2 - 15,00€
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Os preços indicados não incluem portes.
Quem estiver interessado em obter mais informações ou nalgum destes artigos, pode escrever-me para o endereço - amararealidade@gmail.com.
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sábado, 15 de novembro de 2008

Simplesmente silêncio


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Embora nem sempre consciente disso, fui, e ainda sou, uma pessoa com uma mente extremamente activa que salta de assunto em assunto como uma borboleta de flor em flor, causa certa das dificuldades em me concentrar que recordo desde os tempos de escola. Apenas à frente da televisão, e mais tarde com um livro, eu conseguia alhear-me de tudo, o que levava os meus pais a brincarem comigo por não ouvir nada do que me diziam nessas ocasiões. Não sei se esse terá sido ou não o motivo por me ter viciado em televisão: nestes períodos não ouço o matraquear constante da minha mente.
Como exemplos mais específicos tenho o meu primeiro desgosto amoroso no secundário quando após um namoro de perto de 2 meses o meu namorado terminou a curta relação e me deixou "de rastos". Semanas mais tarde sentia uma enorme vontade de tirar umas férias de mim mesma. Estava cansada do constante repisar de conversas imaginárias com ele, pensando em coisas que nunca cheguei a dizer, outras que talvez não devesse ter dito ou poderiam ter sido ditas de forma diferente, conversas estas que de repetiam interminavelmente e me deixavam exausta.
Muitos anos depois, com a minha vida virada do avesso, no pior período de sempre da minha história, a sensação era muitas vezes mais intensa e a vontade de fugir concretizou-se numa visita a uma amiga que morava no Alentejo. É claro que por muito que alguém fuja nunca conseguirá deixar a sua própria mente para trás. E eu não sou excepção!
Mas houve uma ocasião em que essa amiga me levou consigo quando foi dar aulas a uma aldeia mais distante deixando-me junto a uma barragem acompanhada apenas por um livro, umas folhas de papel e uns lápis para o caso de me apetecer desenhar.
Não sei explicar o que aconteceu, mas desde o momento em que os meus olhos pousaram naquela paisagem absolutamente natural do Alto Alentejo em pleno esplendor da Primavera, o meu pesado coração pareceu levitar, o meu espírito desanuviou e durante as duas horas que ali passei, sem ver vivalma e sem mais ouvir que o som esporádico de algum motociclista que corria nos trilhos da colina adjacente, senti-me, pela primeira vez em muito tempo, em paz e num estado de tranquila felicidade. Não faço ideia do que passava pela minha cabeça, não peguei no livro e pouco desenhei, antes andei por entre as árvores, trepei uma ou duas para olhar o céu azul por entre as folhas que abanavam levemente ao sabor de uma suave brisa. Descalcei-me e, arregaçando as calças até aos joelhos, passeei pela água fria sentindo os seixos grossos debaixo dos pés, sozinha no meu mundo.
Quando a minha amiga regressou, preocupada por me ter deixado só por tanto tempo, encontrou alguém muito diferente de quem tinha deixado.
Para onde foi todo o sofrimento dos últimos meses, que me impedia de dormir ou alimentar correctamente, é algo que nunca consegui responder. E agora, ao ler Byron Katie, não posso deixar de ser a primeira a concordar que ele é única e exclusivamente produto dos nossos próprios pensamentos. Como não?
Escusado será também dizer que o efeito apenas durou umas horas e nessa mesma noite tudo voltou a ser como antes.
Tenho, em particular nos últimos anos, procurado uma forma de relaxar, de desligar, nem que por breves instantes, o intenso corropio.
Do Yoga à meditação, a sensação acaba sempre em frustração porque nunca consigo "desligar".
Eckhart Tolle, já no seu livro "O Poder do Agora" que li há alguns anos, dá algumas dicas sobre como conseguir estar no momento presente ou como sentir o meu corpo interno. Naquela altura não consegui melhores resultados e algum tempo depois de ter terminado o livro, e como me é habitual, acabei por esquecer e deixar de tentar.
Agora, talvez pelo que entretanto "cresci", tenho conseguido alguns instantes de silêncio e o resultado é um tanto agridoce. Se por um lado a sensação é de uma paz e tranquilidade absolutas, por outro é também um silêncio "ensurdecedor" e algo assustador. É como se de repente me visse absolutamente sozinha sem, tão pouco, a minha própria companhia. Pode parecer estranho, talvez nem todas as pessoas sejam assim, embora saiba que não sou a única, mas a verdade é que nunca me conheci dessa forma, desde que me conheço que ouço a mim mesma dentro da minha própria cabeça e são anos a mais para mudar de um dia para o outro.
Ao reconhecer que não sou a minha mente, que essa outra parte de mim não passa de uma ilusão que, disfarçada de boas intenções, me traz mais mágoa e dor que bem-estar, estou a dar o primeiro passo para encontrar a paz e harmonia interiores absolutas que apenas existem no momento presente.
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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Quem sou Eu?

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Apercebi-me da dificuldade que tenho em parar para pensar quando estou realmente furiosa com algo ou alguém, como se parte de mim se recusasse a ceder - "Tenho razão para estar zangada e quero continuar zangada!". Nem sequer consigo fazer O Trabalho.
Quem é esta "voz" que prefere ver-me mal a desistir de provar que Eu estou certa e a outra Pessoa errada?
Não posso ser EU pois não gosto dessa posição que apenas me prejudica!
Segundo Eckhart Tolle, no seu novo livro "Um Novo Mundo", esta voz é a voz do EGO com a qual nos identificamos.
Comprei este livro recentemente após ouvir a Oprah falar nele diversas vezes e, embora ainda não tenha chegado sequer a meio, ele vem, para mim, complementar o método da Byron Katie. Também para Tolle nada mais existe que o momento presente e a nossa identificação com a mente pensadora é errónea.
Também ele defende a rendição ao que é como uma abertura para a vida:
"Quando nos rendemos interiormente, quando nos entregamos, abre-se uma nova dimensão de consciência. Se for possível ou necessário agir, a nossa acção estará alinhada com o todo e será apoiada pela inteligência criativa, a consciência incondicionada com a qual nos tornamos uno se estivermos receptivos interiormente. As circunstâncias e as pessoas começam a ajudar-nos, a cooperar connosco. As coincidências acontecem. Se não for possível agir, confiaremos na paz e na serenidade interior que surgem quando nos entregamos. Confiaremos em Deus."
É no ponto da espiritualidade que Tolle e Katie mais divergem, uma vez que Katie nada tem de espiritual e Deus, para ela, é sinónimo de Realidade.
Eu considero-me uma pessoa espiritual que acredita em Deus não como uma entidade divina mas como um poder superior a qualquer outra coisa, o poder da Natureza de onde todos vimos e ao qual todos pertencemos de forma idêntica. E também por isso a visão de Tolle faz tanto sentido para mim. Se nos conseguirmos desprender da mente pensante que tudo rotula e converte em pessoal, estaremos ligados a algo muito mais profundo que nós próprios e as nossas decisões serão mais puras, objectivas e imparciais.
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Quando conheço alguém pela primeira vez crio imediatamente uma imagem sua (como se costuma dizer - não existem segundas primeiras impressões) que tanto pode ser positiva como negativa. É a partir desta primeira impressão que me baseio para lidar com ela e quantas vezes não me enganei!
Já confiei em pessoas que acabaram por provar não ser merecedoras dessa confiança. Já menosprezei pessoas que vieram a provar ser de confiança...
Talvez seja altura de começar a olhar para além dessa primeira imagem que é verídica apenas na minha cabeça.
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Ao fazer o Trabalho sobre a minha mãe, falecida e com quem já nada posso esclarecer pessoalmente, apercebi-me que grande parte das atitudes que tomou em defesa do meu irmão, e que tanto me magoaram, foram por estar absolutamente convencida da veracidade da sua história: o meu pai não gostava do meu irmão (e eu provavelmente também não) e, como tal, cabia-lhe sair em sua defesa, protegê-lo do todo o possível mal. Percebi então que nunca foi sua intenção magoar-me, nunca se tratou de um "ataque" pessoal e esta realização libertou-me dum peso imenso permitindo-me vê-la como a pessoa amargurada e bela que foi, que também me amava.
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É cada vez mais claro para mim o quanto a minha mente me tem influenciado, ao meu comportamento e aos meus sentimentos, e quão longo é o caminho que tenho pela frente.
Mas é também certo que os momentos de paz interior têm vindo a aumentar e isso é o meu maior incentivo!
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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Derrota "à antiga"


Talvez não em todas, mas tenho a certeza que a minha casa não foi a única em Portugal onde, ontem à noite, o ambiente esteve um tanto ou quanto carregado...
A minha vontade é dizer:
"Volta Scolari, estás perdoado!"
Não sou pessoa para me aborrecer com futebol, e a única vez que me emocionei a sério, enervei e quase chorei foi no Euro 2004, especialmente no jogo entre Portugal e Inglaterra, mas tenho um marido que adora desporto no geral e futebol em particular e a noite passada foi, para ele, triste por ver a nossa selecção passar um jogo a fazer tudo menos jogar bom futebol, como fazia nos tempos anteriores a Scolari.
Muito criticaram este senhor pelo seu mau feitio, pelas coisas que dizia e, para muitos, pelos menos bons resultados, mas a verdade é que Portugal nunca atingiu resultados como com ele. Não ganhou o Euro ou o Mundial?
Verdade, mas apurou-se Sr. Carlos Queiroz!
E nem sequer foi eliminado nos primeiros jogos!
Garante que seremos apurados para o Mundial de 2010?
A jogar desta forma, nem os seus belos olhos me convencem!
E quanto ao Sr. Rui Santos... pelas suas lindas gravatas - gostava de o ouvir comentar o actual futebol da nossa Selecção!
Mas sou "apenas" uma mulher e por isso digo que - desporto é assim mesmo e que podemos afirmar que Portugal tem equipa para jogar melhor, que é uma vergonha, e muito mais - a minha pergunta é apenas esta:
Tens a certeza que isso é mesmo verdade?
Não, não é!
Porquê?
Por um único motivo - a realidade é que não o faz!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Viagem



A viagem à descoberta dos meus pensamentos tem sido algo de verdadeiramente extraordinário com muitas realizações surpreendentes.
Chegar à conclusão que não são eles que complicam a minha vida, mas sim o facto de acreditar e me confundir com eles pode, à partida, parecer pouco especial, mas a verdade é que, se o método é bastante simples, o ir ao mais fundo de mim mesma e reconhecer todas as minhas fragilidades e medos nada tem de fácil e exige uma boa dose de coragem.
No final, a viagem vale, sem qualquer dúvida, a pena pois além de muitas vezes terminar a rir de e comigo mesma, a sensação de liberdade é extasiante.

Há muito tempo alguém me disse que todas as pessoas que encontramos são um espelho de nós mesmos e Ken Keyes Jr. disse uma vez:
"Uma pessoa adorável vive num mundo adorável. Uma pessoa hostil vive num mundo hostil. Todas as pessoas que encontra são o seu espelho."
Confesso que apenas agora começo a concordar e a compreender o seu verdadeiro significado. Não se trata de ter algo em comum com um violador ou um pedófilo, seguramente, mas sim conseguir reconhecer em mim própria os pontos negativos em que cada experiência menos positiva toca.

Um destes dias fiz O Trabalho sobre uma pessoa que embora de forma algo indirecta tem uma importância bastante significativa na minha vida por se tratar do namorado de uma grande amiga minha e grande amigo do meu marido...
Alguém que tocava em MUITOS pontos negativos e que, com frequência, me irritava a um nível bastante profundo. Alguém que está convencido saber sempre tudo e mais que qualquer pessoa. Que muda o discurso consoante os seus próprios interesses de forma bastante egoísta. Ninguém parece saber fazer nada tão bem como ele e é perito em chamar à atenção quem ele considera estar a agir de forma incorrecta acabando por se meter onde não devia. E é claro que não podia deixar de ter uma grande dificuldade em ver o que ele próprio faz de menos bem.
Pois o meu Inquérito correu mais ou menos da seguinte forma:
Tenho a certeza que é verdade?
Como ele pensa para além do que diz? Não, não posso ter!
Como me sinto quando tenho este tipo de pensamentos?
Profundamente irritada, e muito pouco simpática para com ele mesmo que indirectamente.
Como seria eu se não fosse capaz de ter estes pensamentos?
Seguramente mais descontraída, menos crítica, capaz de ver a pessoa culta, inteligente e bem disposta que é.
Inversões:
O X não se mete onde não deve - bem... a verdade é que comigo ele não o faz! (provavelmente por já me conhecer o suficiente...:-))
Eu meto-me onde não devo - É um facto! Afinal nenhuma das situações sobre as quais opino tem directamente a ver comigo.
Eu tenho a mania que sei tudo - Sem dúvida, ao querer que ele aja como eu penso que deve agir, que pense conforme eu acho que deve pensar.
Eu sou egoísta - E sou mesmo quando não penso como se devem sentir a minha amiga ou o meu marido quando critico de forma tão veemente alguém que eles tanto gostam.

Este foi, sem dúvida, um dos trabalhos com maior efeito em mim:
Quando terminei, não só me tinha rido de mim própria de forma positiva como cheguei à conclusão que tenho criticado alguém que até gosto bastante quando não estou tão empenhada em ver apenas os seus aspectos menos simpáticos como, no que diz respeito aos negativos, percebi que o barrete também me serve.

VALE A PENA!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

À descoberta




Sempre amei o meu país à beira-mar plantado, mas também sempre considerei o povo português, no geral, demasiado amargo, desiludido e egoísta.
Hoje apercebo-me que grande parte das pessoas, e eu já fui uma delas, não se amam a si próprias e vivem à procura de alguém que o faça. Não conseguem estar bem consigo próprias e procuram diversas formas para evitar estar sós, seja pelo álcool, pelas drogas, pelo sexo, por inúmeros companheiros, más companhias ou pelo trabalho...
São inúmeras as formas e tudo porque enfrentar a própria cabeça, os pensamentos que não param, é algo inconcebível. Muitos tentam fugir apenas para chegar à conclusão que tal não é possível: o que pensamos sobre nós mesmos, sobre outros, sobre a nossa vida, não fica para trás, segue-nos para onde formos e está presente cada momento do nosso dia estejamos acordados ou, muitas vezes, também a dormir.
Amar alguém que não se ama a si próprio é uma das tarefas mais duras de enfrentar: se nos fazem uma observação/sugestão podemos reagir de forma bastante agressiva pois sentimos como um insulto; se nos fazem um elogio, não é seguramente verdade; e por aí fora.


Talvez exista uma solução pacífica - parar para observar como a nossa mente funciona, ouvir os nossos pensamentos e descobrir até que ponto acreditamos e nos confundimos com eles. Até os compreendermos, não nos estamos a relacionar com outras pessoas ou com nós próprios, mas sim com conceitos que nunca investigámos nem mesmo nos apercebemos. Apenas por tomarmos consciência da sua existência e forma aprendemos uma nova forma de nos relacionarmos com eles.
Ao fazer O Trabalho ficamos frente-a-frente com partes da nossa vida sobre as quais podemos nunca ter pensado seriamente. Conhecermo-nos desta forma é algo extremamente interessante e rasgos de luz e felicidade surgem de onde menos esperamos. Descobrimos o que é realmente verdade e o que as outras pessoas pensam de nós deixa de ser importante.
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Já li muitos livros de auto-ajuda e não posso negar que a maior parte, pelo menos, me ajudou em algo em dada altura. Como quando vi o filme "O Segredo" e me senti cheia de energia, extremamente motivada e confiante dum futuro cheio de felicidade...
Quanto tempo durou?
Confesso que apenas uma ou duas semanas e agora pergunto - quanto tempo era suposto durar uma sensação de bem estar baseada em expectativas para o futuro?
A verdade é que se estou insatisfeita com o meu presente o máximo que posso conseguir é uma energia extra baseada numa ilusão de futuro que, enquanto dura, me ajuda a enfrentar o dia-a-dia de forma mais optimista e até conseguir alguns resultados positivos, mas quando o efeito passa volto ao meu eu antigo e, se mantenho as expectativas de uma mudança radical posso desiludir-me e aumentar a "fossa" porque os segredos d"O Segredo" já não resultam comigo.
E se conseguir ser feliz com a minha realidade actual?
Serei, seguramente, uma pessoa muito mais alegre, bem disposta, amigável e atenta.
Atenta, por exemplo, às pessoas que me rodeiam, conseguindo ver o melhor delas em vez de apenas o menos bom, e às possibilidades reais e efectivas de trazer ao meu presente melhores condições.
Quem sabe se uma das pessoas que antes criticava e me irritavam e agora até simpatizo, me dá uma oportunidade de ouro quando, anteriormente, jamais pensaria em mim para tal.
Não passei a ser hipócrita, apenas fiz o Inquérito sobre essa pessoa, reconheci os aspectos em mim que ela apontava e, em vez de esperar que ela mudasse, mudei eu e comigo mudaram os resultados.
VALE A PENA!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O sorriso de uma criança


Para mim, nunca houve som igual à gargalhada de uma criança!
Hoje em dia, quando a minha filha ri com o irmão (ninguém consegue soltar-lhe a gargalhada como ele e ele desmancha-se com ela), paro o que estiver a fazer apenas para os ouvir.
É a música mais linda que se pode ouvir.


Ontem, de regresso a casa, reparo que, num carro à minha frente, umas mãos acenavam na janela lateral do banco traseiro. Ao ultrapassá-lo percebo um rapazinho, dos seus 7/8 anos, e devolvo-lhe o aceno com um sorriso. A sua reacção foi automática. Naqueles poucos segundos vejo-o saltar num misto de surpresa, alegria e excitação apontando para mim para informar a família que aquela senhora tinha-lhe dito adeus.
Depois de uma noite mal dormida e um dia complicado no trabalho, aquele pequeno episódio fez-me sentir mais leve. É tão fácil fazer uma criança sorrir!

Não é possível terminar de vez com tamanho sofrimento que alguns seres pouco humanos infligem a crianças, mas eu tenho o sonho de, um dia, trabalhar para ajudar crianças traumatizadas a reaprender a sorrir.
Não consigo imaginar maior compensação que dar a mão àqueles pequenos seres que não pediram para vir a este mundo e parecem estar a ser castigados por tal.

Um dia... quem sabe!


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Formas de pensar



Ao aprofundar a minha reacção a determinadas situações concluí que não são, de facto, estas que me fazem sofrer, mas sim o que penso sobre elas:

- Se estou presa numa fila de trânsito posso pensar "Meu Deus, tenho tanto trabalho para fazer e estou aqui parada! E isto não anda! Porque é que não saí de casa mais cedo?" e ficar num estado de ansiedade que não me faz chegar mais cedo. Ou posso analisar os meus pensamentos...
- Isso é mesmo verdade? Não, não é. A verdade é que estou aqui, não saí mais cedo, e vou chegar tarde.
- Como reajo quando tenho estes pensamentos? Sinto-me ansiosa, tensa, o meu ritmo cardíaco dispara e a mente divaga por tudo o que podia estar a fazer e não estou.
- Como seria sem este pensamento? Sentir-me-ia descontraída, a ver o sol a espreitar por entre as nuvens, saboreava a música do rádio ou divertia-me com as inúmeras caras e situações que se passam nos carros que me rodeiam.
- Invertendo: Ainda bem que fiquei parada no trânsito, assim posso passar uns minutos sem preocupações, o que é TÃO raro, e o trabalho acabará por ser feito de qualquer forma.
UAU! Pode parecer exagero, mas foi assim mesmo que me senti!
Era apenas a forma como estava a encarar a situação em si que me provocava mal estar. Assim que mudei a história senti-me livre e descontraída.
Assim tão fácil?
É uma questão de tentar para ver!
Quando ainda não estamos familiarizados com o inquérito deve-se SEMPRE escrever as respostas, pois a nossa mente é perita em dar a volta às questões e contra-argumentar qualquer resposta. Ao escrever vamos até ao nosso mais profundo interior e conseguimos uma sinceridade sem ego.

Esta é a minha nova forma de abraçar o que é e não lutar contra uma realidade que não tenho como mudar.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

The Work



"A auto-realização é uma coisa doce. Mostra-nos como somos completamente responsáveis por nós próprios e é aí que encontramos a liberdade. Em vez de se preencher através dos outros, é melhor preencher-se através de si. Em vez de procurar a realização em nós, pode encontrá-la sozinho.
Nós não sabemos como mudar, perdoar ou ser honesto. Estamos sempre à espera de um exemplo. É você. Você é a sua única esperança, porque nós não vamos mudar até que você mude. A nossa tarefa é continuar a picá-lo, tanto quanto pudermos, com tudo o que o irritar, perturbar ou repugnar, até que compreenda."
Em "Para acabar com o sofrimento"
Byron Katie
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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Devia ser diferente...


Quando comecei a pensar onde, na minha vida, melhor poderia utilizar o método de Byron Katie vieram-me à ideia algumas questões que, de certa forma, ainda me magoam e que gostaria de ver resolvidas e verifiquei que, sorte a minha, não eram muitas.
Depois comecei a pensar num dia-a-dia comum e quantos pequenos "devia/não devia ser assim" mais ou menos directos me ocorriam e fiquei surpreendida...
- O despertador não devia tocar tão cedo;
- Eu não devia ter de ir trabalhar tão cedo;
- O meu filho devia ser mais despachado;
- A minha filha não devia chorar tanto;
- Aquela camisa já devia estar passada;
- O meu cabelo não devia estar levantado;
- Não devia estar tanto frio;
- As obras da estrada já deviam ter terminado;
- Não devia haver tanto trânsito;
- Aquele condutor não se devia ter atravessado à minha frente;
- Esta gente devia ir aprender a conduzir e o que é civismo;
- Devia ter um lugar para estacionar mesmo à porta do meu trabalho;
- Quando eu digo bom dia esta gente devia responder;
- O meu chefe já devia ter chegado;
- Devia ter mais tempo para terminar este trabalho;
- Devia ser promovida;
- Devia ganhar mais e pronto;
- Devia ter uma hora de almoço decente;
- O empregado do restaurante devia ser mais simpático;
- Já deviam ser horas de me ir embora;
- Devia ter uma empregada para me fazer as coisas de casa;
- Não deviam estar sempre a aumentar os preços das coisas;
- O dia devia ter mais horas para eu conseguir fazer tudo o que preciso;
- Devia ter-me lembrado de comprar aquilo;
- O meu vizinho devia fazer menos barulho;
- Devia ter dinheiro para comprar uma casa maior,
- Devia sair-me o Euromilhões;
- ...

Será que só eu é que sou assim????
Sinto-me um tanto deprimida ao constatar tamanha luta contra a realidade!
A verdade é que as coisas são como são e a única coisa que ganho ao não as aceitar será uma dor de cabeça ao fim do dia e as suas consequências - pouca paciência para os filhos e marido, frequentes discussões com todos e aumento da dor de cabeça para no dia seguinte começar tudo de novo.

Que adianta?
Como diz a Katie:
"Quando discuto com a realidade perco, mas só cem por cento das vezes"

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Um novo começo



De uma certa forma, sinto-me como se tivesse a começar a minha vida de novo...
É verdade que já sofri um "terramoto" há cerca de 7 anos quando tudo o que conhecia como certo deixou de o ser. Circunstâncias e opções, que já não questiono se certas ou erradas, levaram-me ao ponto do "no return" e dos cacos que restavam refiz a minha vida, redescobri-me, reinventei-me.
Uma permanente sensação de insatisfação lançou-me numa procura que me levou a muitos "mundos" diferentes, dando-me a conhecer diversas filosofias de vida. Li inúmeros livros como "Como curar a sua vida" de Louise Hay, "Os dez dons" de Robin Silverman, "O poder do agora" de Eckhart Tolle. Li Osho e fiz meditação. Todos me ajudaram, cada um da sua forma, no seu tempo, mas nenhum parecia encher o vazio que existia num cantinho cá bem dentro de mim.
Queria fazer algo mais da minha vida, mas nunca pertenci ao grupo de pessoas que crescem a saber o que querem fazer quando forem grandes, e ninguém que não tenha passado pelo mesmo, pode imaginar a frustação de não se sentir realizado com o seu trabalho, desejar mudar e não saber para quê.
A única pista que tinha é que sempre desejei ajudar outras pessoas, em especial crianças, a ultrapassarem situações, taumas, vidas penosas e encontrarem a paz e tranquilidade.
Psicologia? Um mundo que sempre me fascinou mas rumo que não segui na altura devida e agora, a caminhar a passos largos para os 40 anos, com duas crianças - perdão: um carinhoso pré-adolescente de 11 anos que já não aceita ser chamado que criança e uma bebé traquina de 7 meses apenas - e uma situação económica que não permite malabarismos, não passava de um sonho para um eventual futuro... E até lá?

Há poucas semanas atrás um acaso (chamado Oprah) apresentou-me "O Trabalho" de Byron Katie e o que li no seu site http://www.thework.com/ despertou-me curiosidade suficiente para comprar o, creio que até agora único, livro traduzido para Português - " Para acabar com o sofrimento" com o título original "Loving what is". Este livro deu-me a conhecer um extremamente simples e, no entanto, extremamente poderoso método de olhar para dentro de nós mesmo e aí encontrar tudo o que precisamos para sermos felizes. Um método que consiste em quatro perguntas cujas respostas devem ser analisadas de uma forma única.
Por ele digo agora que este é o meu novo começo, a minha nova maneira de ver a vida e, quem sabe, o meu novo futuro. Por ele deixei de procurar algo que apenas podia encontrar dentro de mim.

Loving What Is é exactamente isso - amando o que é, e foi por ele que surgiu a ideia de criar este blog - Amar a Realidade.
Qual a minha intenção?
Qual a sua finalidade?
Honestamente, para além de ajudar a divulgar algo que acredito merecer ser divulgado, não faço a mínima ideia!
Apenas sei que AGORA me apeteceu criá-lo. Amanhã? Preocupo-me quando chegar...