.............................Imagem retirada de Flickr.com
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Aprender a gostar do meu trabalho é, por si só, uma ideia que há uns anos atrás me pareceria aterradora.
Quantas vezes exclamei convicta:
"Não sou uma pessoa conformista!"
Hoje, com o peso de experiências passadas, aquilo a que chamamos maturidade, olho para trás e verifico que essa atitude me trouxe mais dissabores que benefícios.
Se me perguntarem se me agrada imaginar-me daqui a 30, 20 ou mesmo 5 anos a fazer o mesmo que hoje, a resposta ainda é a mesma - ideia tão deprimente, a diferença é que hoje me recuso a pensar no assunto e tento, cada vez mais, viver o momento presente. Um dia de cada vez e nada mais.
Voltando ao início, e apesar de aceitar o meu actual dia-a-dia, a verdade é que aceitar não é gostar e sei que se aprendesse a gostar MESMO do meu trabalho, a minha vida, no geral, seria bem mais agradável. Deixaria, provavelmente, de sentir aquela insatisfação, desmotivação, que se mantém maioria das vezes bem enterrada mas contudo ainda presente e que, por isso, de vez em quando sobe à superfície sob a forma de impaciência e agressividade geralmente injustificada e desnecessária em particular para com aqueles que mais amo.
Mas como consegui-lo?
A resposta a esta questão tem sido uma das minhas últimas demandas e cada vez mais me convenço que a encontrarei nas mais pequenas coisas. Naquelas que apesar de sempre presentes tão raramente paro para as apreciar - as sensações. Sentir os cheiros, ouvir os sons, observar as cores, e todas as outras sensações que existem sem as julgar ou censurar. Sem dar ouvido àquela "voz" que sempre lhes encontra algum defeito as rotula como insignificantes ou arranja algo mais importante para fazer. Resumindo: O Momento Presente.
Afinal como posso ter a certeza que estar noutro local a fazer algo diferente seria o melhor para mim?
Simplesmente não posso!
A verdade é que crescemos e aprendemos com as nossas experiências do dia-a-dia e não tenho como garantir que não existam tantas lições ainda por aprender naquele lugar. Por isso talvez o melhor para mim seja mesmo estar aqui a fazer precisamente o que faço todos os dias.
Sei que se me entregar totalmente ao meu trabalho serei, seguramente melhor profissional, provavelmente melhor colega e poderei, possivelmente, evoluir noutras direcções.
Apenas não posso ver o presente como um simples meio para chegar a um “futuro melhor” pois isso não é amar a realidade e não me dará, a todos os níveis, a mesma satisfação não passando apenas de uma máscara diferente.