quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Quem sou Eu?

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Apercebi-me da dificuldade que tenho em parar para pensar quando estou realmente furiosa com algo ou alguém, como se parte de mim se recusasse a ceder - "Tenho razão para estar zangada e quero continuar zangada!". Nem sequer consigo fazer O Trabalho.
Quem é esta "voz" que prefere ver-me mal a desistir de provar que Eu estou certa e a outra Pessoa errada?
Não posso ser EU pois não gosto dessa posição que apenas me prejudica!
Segundo Eckhart Tolle, no seu novo livro "Um Novo Mundo", esta voz é a voz do EGO com a qual nos identificamos.
Comprei este livro recentemente após ouvir a Oprah falar nele diversas vezes e, embora ainda não tenha chegado sequer a meio, ele vem, para mim, complementar o método da Byron Katie. Também para Tolle nada mais existe que o momento presente e a nossa identificação com a mente pensadora é errónea.
Também ele defende a rendição ao que é como uma abertura para a vida:
"Quando nos rendemos interiormente, quando nos entregamos, abre-se uma nova dimensão de consciência. Se for possível ou necessário agir, a nossa acção estará alinhada com o todo e será apoiada pela inteligência criativa, a consciência incondicionada com a qual nos tornamos uno se estivermos receptivos interiormente. As circunstâncias e as pessoas começam a ajudar-nos, a cooperar connosco. As coincidências acontecem. Se não for possível agir, confiaremos na paz e na serenidade interior que surgem quando nos entregamos. Confiaremos em Deus."
É no ponto da espiritualidade que Tolle e Katie mais divergem, uma vez que Katie nada tem de espiritual e Deus, para ela, é sinónimo de Realidade.
Eu considero-me uma pessoa espiritual que acredita em Deus não como uma entidade divina mas como um poder superior a qualquer outra coisa, o poder da Natureza de onde todos vimos e ao qual todos pertencemos de forma idêntica. E também por isso a visão de Tolle faz tanto sentido para mim. Se nos conseguirmos desprender da mente pensante que tudo rotula e converte em pessoal, estaremos ligados a algo muito mais profundo que nós próprios e as nossas decisões serão mais puras, objectivas e imparciais.
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Quando conheço alguém pela primeira vez crio imediatamente uma imagem sua (como se costuma dizer - não existem segundas primeiras impressões) que tanto pode ser positiva como negativa. É a partir desta primeira impressão que me baseio para lidar com ela e quantas vezes não me enganei!
Já confiei em pessoas que acabaram por provar não ser merecedoras dessa confiança. Já menosprezei pessoas que vieram a provar ser de confiança...
Talvez seja altura de começar a olhar para além dessa primeira imagem que é verídica apenas na minha cabeça.
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Ao fazer o Trabalho sobre a minha mãe, falecida e com quem já nada posso esclarecer pessoalmente, apercebi-me que grande parte das atitudes que tomou em defesa do meu irmão, e que tanto me magoaram, foram por estar absolutamente convencida da veracidade da sua história: o meu pai não gostava do meu irmão (e eu provavelmente também não) e, como tal, cabia-lhe sair em sua defesa, protegê-lo do todo o possível mal. Percebi então que nunca foi sua intenção magoar-me, nunca se tratou de um "ataque" pessoal e esta realização libertou-me dum peso imenso permitindo-me vê-la como a pessoa amargurada e bela que foi, que também me amava.
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É cada vez mais claro para mim o quanto a minha mente me tem influenciado, ao meu comportamento e aos meus sentimentos, e quão longo é o caminho que tenho pela frente.
Mas é também certo que os momentos de paz interior têm vindo a aumentar e isso é o meu maior incentivo!
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Um comentário:

Anônimo disse...

Não sei de onde virá a clarividência, mas é a ti, e só a ti, que dou os parabéns, e com quem me comovo por veres isso tudo. Poucas pessoas, nas quais não me incluo, têm tal capacidade, Amo-te. Eu.