segunda-feira, 22 de setembro de 2008

À descoberta




Sempre amei o meu país à beira-mar plantado, mas também sempre considerei o povo português, no geral, demasiado amargo, desiludido e egoísta.
Hoje apercebo-me que grande parte das pessoas, e eu já fui uma delas, não se amam a si próprias e vivem à procura de alguém que o faça. Não conseguem estar bem consigo próprias e procuram diversas formas para evitar estar sós, seja pelo álcool, pelas drogas, pelo sexo, por inúmeros companheiros, más companhias ou pelo trabalho...
São inúmeras as formas e tudo porque enfrentar a própria cabeça, os pensamentos que não param, é algo inconcebível. Muitos tentam fugir apenas para chegar à conclusão que tal não é possível: o que pensamos sobre nós mesmos, sobre outros, sobre a nossa vida, não fica para trás, segue-nos para onde formos e está presente cada momento do nosso dia estejamos acordados ou, muitas vezes, também a dormir.
Amar alguém que não se ama a si próprio é uma das tarefas mais duras de enfrentar: se nos fazem uma observação/sugestão podemos reagir de forma bastante agressiva pois sentimos como um insulto; se nos fazem um elogio, não é seguramente verdade; e por aí fora.


Talvez exista uma solução pacífica - parar para observar como a nossa mente funciona, ouvir os nossos pensamentos e descobrir até que ponto acreditamos e nos confundimos com eles. Até os compreendermos, não nos estamos a relacionar com outras pessoas ou com nós próprios, mas sim com conceitos que nunca investigámos nem mesmo nos apercebemos. Apenas por tomarmos consciência da sua existência e forma aprendemos uma nova forma de nos relacionarmos com eles.
Ao fazer O Trabalho ficamos frente-a-frente com partes da nossa vida sobre as quais podemos nunca ter pensado seriamente. Conhecermo-nos desta forma é algo extremamente interessante e rasgos de luz e felicidade surgem de onde menos esperamos. Descobrimos o que é realmente verdade e o que as outras pessoas pensam de nós deixa de ser importante.
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Já li muitos livros de auto-ajuda e não posso negar que a maior parte, pelo menos, me ajudou em algo em dada altura. Como quando vi o filme "O Segredo" e me senti cheia de energia, extremamente motivada e confiante dum futuro cheio de felicidade...
Quanto tempo durou?
Confesso que apenas uma ou duas semanas e agora pergunto - quanto tempo era suposto durar uma sensação de bem estar baseada em expectativas para o futuro?
A verdade é que se estou insatisfeita com o meu presente o máximo que posso conseguir é uma energia extra baseada numa ilusão de futuro que, enquanto dura, me ajuda a enfrentar o dia-a-dia de forma mais optimista e até conseguir alguns resultados positivos, mas quando o efeito passa volto ao meu eu antigo e, se mantenho as expectativas de uma mudança radical posso desiludir-me e aumentar a "fossa" porque os segredos d"O Segredo" já não resultam comigo.
E se conseguir ser feliz com a minha realidade actual?
Serei, seguramente, uma pessoa muito mais alegre, bem disposta, amigável e atenta.
Atenta, por exemplo, às pessoas que me rodeiam, conseguindo ver o melhor delas em vez de apenas o menos bom, e às possibilidades reais e efectivas de trazer ao meu presente melhores condições.
Quem sabe se uma das pessoas que antes criticava e me irritavam e agora até simpatizo, me dá uma oportunidade de ouro quando, anteriormente, jamais pensaria em mim para tal.
Não passei a ser hipócrita, apenas fiz o Inquérito sobre essa pessoa, reconheci os aspectos em mim que ela apontava e, em vez de esperar que ela mudasse, mudei eu e comigo mudaram os resultados.
VALE A PENA!

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Amar a Realidade.
Partir à descoberta de nós, da nossa essência, daquilo que somos verdadeiramente é o melhor presente que podemos dar a nòs próprias.
Beijinho grande de uma amiga especial.

Sandra disse...

Sejas bem aparecida no meu cantinho e continua o excelente trabalho com que nos tens vindo a presentear no teu.
Um grande beijinho para ti